Sumario: | O presente texto reflete sobre o papel central da comida no candomblé de Salvador, Bahia. A partir da descrição de eventos que têm a comida como foco mostra como esta é chave importante para se entender o tipo de relacionalidade que vigora no candomblé - uma relacionalidade que envolve misturas, transformações, fluxos. Em seguida argumenta que além de oferecer entrada à ontologia do candomblé, a comida é também porta de acesso à ética que lhe é própria: o preparo, oferta, distribuição e consumo do alimento são definidores da complexa dinâmica de cuidado que modula a vida de um terreiro. Atenção a estas atividades mostra que no candomblé o cuidado é inseparável do envolvimento e apreciação sensível – a ética e a sensibilidade estão fortemente imbricadas. Também ilumina a rotina de trabalho necessária para fazer circular e comida e discute o campo de ação ética que é aberto por esta rotina.
Palavras chaves: candomblé, comida, transformação, ética
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